quarta-feira, 29 de maio de 2013

Artigo: Turismo LGBT

A segmentação do turismo para a população LGBT esclarece a existência de diversidades que se deu com o surgimento do movimento social LGBT, designando o fortalecimento para o mercado turístico.

O turismo pode contribuir decisivamente para o desenvolvimento sustentável e para a inclusão social porque agrega um conjunto de dimensões favoráveis à solidariedade, à integração social e ao lazer. Pela sua própria natureza opera a ruptura do isolamento, provoca o contato entre diferentes culturas e proporciona interações de múltiplos e variados segmentos da sociedade. Com isso, possibilita o conhecimento e a valorização de diferentes ambientes, estimulando o respeito e interesse pela sua preservação. 



O setor tem sido visto como uma importante e promissora fonte de investimentos, auxiliando no desenvolvimento de diversas regiões, bem como promover a inclusão e o respeito aos indivíduos e/ou partes envolvidas. Entretanto, as necessidades humanas e os desejos que levam ao consumo de produtos turísticos são muitas e variam de pessoa para pessoa, o que força a criar uma demanda diversificada, tornando o produto turístico distinto.

Por isso, é necessário um minucioso entendimento e estratégias pela busca de uma clientela identificada com o produto. Esse conhecimento por parte dos empreendedores poderá levar a uma adequação do produto e da prestação de serviços ao mercado visado, proporcionando uma infraestrutura capaz de atrair consumidores diferenciados. A hospitalidade é um dos quesitos mais importantes na hora de um turista escolher um destino e não é diferente com o turista que tem sua orientação sexual – Lésbica, Gay, Bissexual, Travesti e Transexual, pois o segmento LGBT no turismo ganha força e espaço, e se torna um novo nicho do mercado.

Na Nova Zelândia, a Associação de Turismo para Gays e Lésbicas estabelece três critérios que asseguram se uma empresa é gay friendly, ou seja, receptiva e acolhedora à turista LGBT, são eles:

• Os donos e gerentes do estabelecimento turístico devem estar comprometidos em apoiar o estilo de vida dos gays e das lésbicas e em não explorar os turistas LGBT;

• Os turistas LGBT podem se expressar livremente e os empresários, gerentes e profissionais de turismo devem ter habilidade de lidar com reclamações de qualquer pessoa que desaprova o seu estilo de vida;

• Os empresários, gerentes e profissionais do turismo devem ser pró-ativos no marketing e na promoção da localidade como um destino para turistas LGBT.

Esses critérios demonstram a necessária formação e capacitação dos profissionais do setor para um entendimento dos direitos sociais e respeito à livre orientação sexual, estabelecem para uma visão de turismo que vai além da dimensão de mercado, e sim em busca do comprometimento pelo combate a homofobia.

Hoje, o Brasil demanda uma grande variedade de eventos promovidos e/ou proporcionados para a população LGBT, assim faz-se necessário criar um calendário de eventos específico. Os eventos sejam para debates sobre direitos e políticas públicas, para sol e praia, shows e boites, etc. E principalmente a realização de paradas da diversidade em quase todas as capitais do Brasil, que se soma à própria diversidade de manifestações culturais que atraem turistas para participar de um evento que muita das vezes é considerado como atrativo turístico, como é o caso da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, sendo esta referência em números de participantes turistas e visitantes.

Depois da aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo, em 2010, a Argentina vem ganhando força pela varias ações realizadas pelo governo argentino que atualmente se posiciona como a capital do turismo gay da América do Sul. Sim o Brasil é o país que tem a maior Parada do Orgulho LGBT do continente, porém ainda segue em passos firmes através de seus militantes para aprovação da PL 122, pois é através da aprovação desta lei que podemos de fato pensar na asseguridade de uma nação com uma legislação confiante e de promoção para atrair novos turistas LGBT.

Com a atualização do Plano Aquarela, por meio da EMBRATUR, em 2007, o segmento LGBT passou a figurar entre os que merecem atenção especial do Ministério do Turismo. Este público está iniciando um processo de perceber o Brasil como um país cada vez mais receptivo e acolhedor de turistas LGBT, e sendo reconhecido internacionalmente como um destino repleto de belezas naturais e culturais, de povo hospitaleiro, de um país moderno, aberto à liberdade de vida.

Na revisão do Plano Aquarela foi desenvolvido um estudo sobre turismo LGBT com foco no mercado internacional, para melhor compreender o nicho e avaliar a possibilidade de trabalhá-la como um dos produtos turísticos prioritários, promovendo o Brasil internacionalmente como um destino acolhedor para o segmento.

Atividades realizadas em 2008, pelo Ministério do Turismo, buscaram promover o respeito à diversidade e diminuir o preconceito contra o público LGBT. Ações que à época seriam desenvolvidas pelo Projeto “Brasil: Destino Diversidade”, em parceria com a organização LGBT para o turismo ABRAT GLS.

Experiências internacionais mostram que, à medida que o destino posiciona-se favoravelmente ao turismo LGBT, comprova-se um aumento real do número desses turistas, criando um laço de fidelização entre destino e turista.

Destacam-se algumas ações de relevância para a promoção do turismo LGBT realizadas pelo Ministério do Turismo:

• Incentivo para a divulgação na mídia nacional e internacional das Paradas do Orgulho LGBT;

• Promoção da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que atrai mais de 3 milhões de pessoas, sendo mais de 350 mil estrangeiros;

• Participação da EMBRATUR no Salão Internacional de Gays e Lésbicas, no Louvre, em Paris-FR, apresentando o Brasil como destino acolhedor;

• Em parceria com associações de turismo LGBT internacionais foram traçados roteiros que evidenciem espaços de grande circulação do turista LGBT.

O turismo LGBT é, sem dúvida, uma grande oportunidade de mercado. Para tanto, clientes e empresas devem interagir. A população LGBT deve buscar cada vez mais sua identificação como grupo social, união e também como consumidores de diferentes e/ou específicos produtos turísticos oferecidos pelo mercado. É dessa forma que também se pode garantir direitos ao lazer do novo segmento turístico. Por outro lado, os empresários devem manter-se constantemente atualizados sobre a variação na segmentação do turismo para evitar o fracasso e erros futuros.

O turismo, por sua vez, dá base para que a homossexualidade seja abordada em sua profundidade, pois a própria vivência possibilita infinitas experiências individuais e coletivas: através do contato com outras culturas, paisagens naturais, equipamentos turísticos e de lazer. O público LGBT não está excluído dessas possibilidades, pois demonstra-se que o turismo voltado à LGBT’s é um mercado potencial em todo mundo, e que, para entendê-lo, é necessária a quebra de tabus e paradigmas. 

Referências: EMBRATUR, Ministério do Turismo 


Weliton Melo Lima
Turismólogo – Mestrando em Educação Superior – Coordenador Nacional de Projetos da Secretaria Nacional LGBT do Partido Socialista Brasileiro - PSB 









terça-feira, 21 de maio de 2013

Artigo de Beto Albuquerque sobre o projeto da "cura gay": O nome do crime é charlatanismo

Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS), de que o Brasil é membro, retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Foi uma decisão importante, de força simbólica inegável — e com desdobramentos muito positivos, inclusive no campo jurídico. 

Antes e depois desse marco, organizações de psiquiatras de vários quadrantes adotaram resoluções que contribuíram para retirar o manto de preconceito e ignorância sobre essa orientação sexual. 

A Associação Brasileira de Psiquiatria manifestou-se contra a discriminação já em 1984, e em seguida o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a homossexualidade um desvio. Mais que isso, em 1999 o CFP estabeleceu normas de conduta para a categoria, determinando que psicólogos não poderão oferecer “cura” para a homossexualidade — visto esta não ser um transtorno —, e evitarão “reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”. 

Essas decisões merecem aplauso, na medida em que, anulando suposta fundamentação científica para práticas discriminatórias, contribuem para a redução do preconceito, da rejeição e da violência contra seres humanos baseados na sua orientação sexual. 

Como afirma o psicanalista Contardo Calligaris, as terapias de reorientação ou reconversão, hoje, são defendidas só por associações ou indivíduos inspirados por condenação moral ou religiosa da homossexualidade. 

É esse tipo de aposta na chamada “cura gay” que, infelizmente, ainda inspira propostas como o Projeto de Decreto Legislativo nº 234/11, de autoria do deputado João Campos, que ora tramita na Câmara dos Deputados. Evitando analisar-lhe o mérito, o Projeto propõe sustar o trecho da Resolução nº 1/99 do Conselho Federal de Psicologia que estabelece normas de atuação para os psicólogos no tocante ao tema da homossexualidade. Em sua justificação, o parlamentar argumenta que o Conselho “extrapolou o seu poder regulamentar”.

Trata-se de percepção totalmente equivocada. Basta lermos a lei nº 5.766/71, que cria o CFP, para percebermos que a referida Resolução, goste-se ou não dela, se enquadra estritamente nas atribuições legais dessa autarquia, a quem cabe, por exemplo: orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo; expedir as resoluções necessárias ao cumprimento das leis em vigor; e definir nos termos legais o limite da competência do exercício profissional.

Além disso, cabe ao Conselho penalizar a prática de “ato que a lei defina como crime ou contravenção”. Ora, o Código Penal define como crime o charlatanismo, e trata-se de charlatanismo — descarado — vender “cura” para doença inexistente.

Estou certo, portanto, de que o projeto nº 234/11 terá vida curta, e irá naufragar na própria inconsistência. Servirá, tão somente, para expressar o incômodo de uma parcela da sociedade, aquela que vai ficando para trás, com os passos que o Brasil vem dando em direção à universalização dos direitos e garantias fundamentais estabelecidos em nossa Constituição.

É fundamental o respeito a todos os credos, como também à sua ausência. Entendo que vivemos em um Estado laico e que temos o direito de seguir, nessa matéria, nossa própria consciência. Porém, defender a igualdade de direitos é uma luta de todos nós.


Beto Albuquerque
Deputado Federal (PSB-RS) e líder do partido na Câmara.
Artigo para o jornal O Globo e extraído do Blog do Noblat.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Paloma

Bom dia! É com muita alegria que informamos a vocês que nasceu o primeiro jornal informativo LGBT Socialista. Deem as boas-vindas à Paloma!





sexta-feira, 17 de maio de 2013

X Seminário LGBT do Congresso, 4ª Marcha Nacional contra a Homofobia e 17 de Maio - Dia Mundial contra a Homofobia

A executiva nacional LGBT Socialista e os coordenadores LGBT estaduais fizeram a primeira reunião nacional de 2013 do segmento, em Brasília, de segunda a quarta-feira (13 a 15/05), aproveitando também o X Seminário LGBT do Congresso e a 4ª Marcha Nacional contra a Homofobia.

Há 23 anos, a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a Homossexualidade uma doença, e, desde então, 17 de maio passou a ser o DIA INTERNACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA.

Não só a homofobia letal, aquela em que pessoas LGBT são cruelmente mortas, mas também a homofobia social, que ocorre nas frequentes discriminações do dia-a-dia, nas piadinhas, nos desmerecimentos, no bullying, nas agressões verbais, físicas e psicológicas, ferem, sangram, doem na nossa alma.

Muita gente ainda se acha no direito de humilhar, agredir e matar lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, especialmente no Brasil, que apresenta números absurdos de casos de morte. Porém não devemos nos contentar com o LUTO, e sim seguir cada vez mais forte e unido na LUTA por um país sem homofobia, lesbofobia e transfobia.

E nessa luta estamos nós, LGBT Socialistas, e o PSB como um todo.

Confira todo o material produzido nesta semana:

TV LGBT Socialista #01 - Discurso de Toninho Lopes na marcha



Vídeo da TV PSB 40 sobre a 4ª Marcha Nacional contra a Homofobia

Álbum de fotos no Facebook da presença LGBT Socialista na marcha e no seminário
Clique aqui

Campanha na Internet de conscientização contra a homofobia



sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sai do Armário 2013

Alô você, esquecido/a, que comprou uma peça de roupa pra usar no inverno e foi só ver ela no fundo do armário lá pela primavera.

Ei você, fashionista, que deixou de usar um casaco só porque leu em algum lugar que nesta estação casacos daquele tipo estarão completamente out.

E você, colecionador/a, que vê o seu armário transbordar com roupas que não usa mais e não sabe o que fazer.

Este recado é também é pra você, ex-magrinho/a ou ex-gordinho/a, que tem uma coleção de roupas lindas, mas que não são do seu tamanho.

Não se esquecendo de você, netinho/a querido/a da vovó, que ganha dela de natal sempre aquele estilo de roupa que você super adora, só que não.

Agora que o frio chegou, fazemos um apelo a tod@s vocês: Saiam do Armário!
Libertem os agasalhos que vocês não usam mais e doem pra quem precisa.

A galera LGBT Socialista de Santo Ângelo teve essa ideia, e nós estamos expandindo ela para todo o Brasil. Por isso, confira abaixo os postos de coleta. A campanha tem validade até começo de junho. Participe!



Postos de Coleta no Rio Grande do Sul:


Balneário Pinhal
Gabinete do vereador Alequis Lopes Pinto - Avenida Itália, 2465 - Centro - (51) 3682 2600
Os agasalhos serão doados à Associação de Moradores rua 10 - Túnel verde

Cruz Alta
Gabinete do vereador Everlei -  Câmara de Vereadores - Sala 06 - (55) 3322.8176
Os agasalhos serão doados a ONG VHIvendo Positivo

Gravataí
JG Cabeleireiros - Rua Alexandrino de Alencar 1051, sala 203, Morada do Vale 1

Porto Alegre
Sede do PSB de Porto Alegre: Rua Riachuelo, 493, Centro - (51) 3227.4499
Sede do PSB do Rio Grande do Sul: Rua Barros Cassal, B. Floresta - (51) 3211.3900
Gabinete do Dep. Catarina Paladini - Assembleia Legislativa  - Praça Mal. Deodoro, Centro, sala 802 - (51) 3210.2155
Igreja Evangélica Inclusiva do Brasil - Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 1943 - (51) 8586.0638
Instituição a ser definida

Santo Ângelo
Cinema Cisne
Praça do Brique (dias 05/05 e 19/05)
Instituição a ser definida

Postos de Coleta em São Paulo:

Limeira
Todas as escolas municipais e estaduais
Instituição a ser definida